quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Game Review: The Last of Us

Hoje vou falar de um dos melhores jogos que já joguei na vida e provavelmente o melhor jogo da última geração: The Last of Us. Esse post será dividido em duas partes, a primeira sem spoilers e a segunda em que vou comentar a história do jogo. Aqui uma dica de música para se escutar durante o post, e prepare-se isso aqui vai ser grande.




The Last o Us é um jogo feito pela empresa Naughty Dog, uma das maiores produtoras de jogos e uma empresa que deve aparecer por aqui muitas vezes ainda. O jogo não só foi um sucesso de vendas como também um sucesso de críticas. Além de receber o prêmio de jogo do ano por diversas instituições como: Game informer, IGN, BAFTA e muitos outras. O jogo só não foi o mais vendido do ano porque um outro sucesso estourou no final do ano, e vamos combinar que é um concorrente muito difícil de se competir. Estou me referindo a GTA V que deve aparecer aqui em algum momento também. Lançado em 2013, The Last of Us teve uma versão lançada para PS4 em 2014 com gráficos melhorados mas sem grandes novidades. Então se você tem um PS4 e nunca jogou o jogo, vale a pena investir seu dinheirinho nessa obra prima.

Quando o jogo foi anunciado no Game awards em 2011 um dos presidentes da Naughty Dog, Evan Wells definiu o jogo como:
The Last of Us é uma experiência de gênero-definindo que mistura elementos de sobrevivência e de ação para contar a história de uma personagem e de uma praga moderna que dizima a humanidade. A natureza invade a civilização, forçando os sobreviventes restantes para matar por comida, armas e tudo o que podem encontrar. Joel, um sobrevivente cruel, e Ellie, uma jovem corajosa adolescente, devem trabalhar juntos para sobreviver na sua jornada que resta dos Estados Unidos.
Essa definição de Wells pode ser uma boa sinopse para o jogo e é o suficiente para essa primeira parte de nosso review. Como dito na sinopse, Joel e Ellie precisam fazer uma jornada pelos Estados Unidos. O jogo é dividido em estações e em cada uma delas podemos ver o desenvolvimento da relação entre os dois protagonistas do jogo. Devo dizer que o jogo é extremamente belo em diversos aspectos e ao longo das estações podemos ver isso. Visualmente o jogo é lindo e usou a capacidade máxima do PS3. O jogo nos permite ver florestas, cidades destruídas, prédios em ruínas, esgotos e muitos outros cenários de tirar o fôlego. Uma outra característica espetacular espetacular é a trilha sonora. Por esse motivo que sugeri o vídeo no início do post. A trilha sonora de The Last of Us foi feita ao mesmo tempo que o jogo. A cada cena feita, uma música era produzida. É justamente por isso que a música é tão importante no jogo, tendo momentos que a música fala mais que as palavras das personagens. Vale a pensa prestar atenção quando jogar. Diversas vezes durante o jogo eu parei para simplesmente apreciar a vista e escutar a música.

O jogo é também extremamente imersivo. Apesar de não ser um jogo de mundo aberto, ele é tão bem feito e as barreiras são tão lógicas, que as vezes nó temos a sensação de que estamos jogando um sand-box (mundo aberto). Mas, sendo o jogo linear isso não o torna muito limitado? Minha resposta é sim e não. Não existem side-quests. Basicamente você segue a história do jogo, entretanto, enquanto você faz isso, se você for um jogador atento você irá perceber uma série de histórias paralelas que se desenvolvem ao lado da sua. Você não vê essas pessoas, mas encontra cartas, fotos, objetos que montam um quebra cabeça e contam várias histórias do mundo de The Last of Us. Inclusive, existem teorias que The Last of Us se passa no mesmo universo de Uncharted. O que quer dizer que podemos ver um crossover no futuro.
Joel e Ellie são personagens muito bem desenvolvidos e complexos, mas não são os únicos que aparecem no jogo e mudam a história. Temos o irmão de Joel, a líder de um grupo rebelde chamado The Fireflies, a filha de Joel e personagens que encontramos pelo caminho. A equipe de desenvolvimento de personagens, assim como todas as outras na verdade, está de parabéns.
A jogabilidade do jogo é bem divertida e desafiadora. Dependendo da dificuldade que você escolhe no início do jogo, o número de balas é muito bem reduzido. A escolha fica por conta do jogador. Ele pode tanto tentar passar despercebido por seus inimigos, quanto tentar matar todos com tiros ou ainda matar todos na porrada (não aconselho essa última aushsauhsa). Mas, quem são esses inimigos?
Temos vários tipos de desafios. Além de uma grande variedade de infectados, que possuem diferentes características e maneiras de agir, temos também um outro grande inimigo: os outros seres humanos. Com o cenário pós apocalíptico do jogo, a maior parte da humanidade perdeu sua noção de moral. Quase todos os humanos não infectados que aparecem no jogo representam alguma ameaça para os nossos protagonistas. E isso só torna o jogo ainda mais interessante. Para não dizer que eu só elogiei o jogo, chega um momento que a mecânica pode se tornar um pouco repetitivo, mas na real que só depende do jogador como você fará para não ser sempre do mesmo jeito.
Bom, dito essas coisas todas, quero deixar claro que a história desse jogo é provavelmente sua maior e melhor característica. A história não se trata de salvar a humanidade, mesmo que esse argumento apareça em determinado momento. A história não é sobre como o mundo acabou e o que sobrou dele. A história não é sobre o que aconteceu com a humanidade. Todas essas coisas são um pano de fundo montado de uma maneira genial para contar uma outra história. A história da relação entre Joel e Ellie. E é aqui que vamos começar os nossos spoilers.
[SPOILER] Bom, agora vamos analisar melhor a história do jogo, e eu sinceramente aconselho que você só leia esses próximos parágrafos se já tiver jogado o jogo porque senão a sua experiência pode ser atrapalhada. [SPOILER]

[SPOILER] O jogo começa com uma pequena cena com Joel e sua filha. Em pouco tempo nos afeiçoamos com os dois (grave erro, não se deve se afeiçoar por ninguém nesse tipo de jogo) e rapidamente o outbreak começa. Explosões, fugas, desespero e pessoas ficando loucas. Quando a coisa parece que não pode piorar um soldado do exército recebe ordens para matar você e sua filha. Felizmente Joel sobrevive, infelizmente sua filha não. É realmente de partir o coração. Joel segurando sua filha e chorando pela morte dela é a última cena antes de em um fundo preto aparecer os dizeres: The Last of Us. Após isso somos bombardeados com diversas notícias de sobre como a infecção se generalizou e como uma organização surgiu para tentar impedir os abusos do governo. Após isso temos um avanço no tempo e o jovem Joel é substituído por um Joel de cabelos grisalhos, porém muito conservado. Ele faz parte de uma organização que faz contrabando para dentro das zonas de contenção que foram criadas. Nessas zonas infectados ou suspeitos de estarem infectados são imediatamente executados e depois de uma série de eventos Joel e sua parceira Tess recebem a missão de escoltar a jovem Ellie até um grupo dos fireflies. Obviamente não conseguimos entregar a garota e temos que ir cada vez mais longe para entrega-la. Com o passar do tempo descobrimos que a garota está infectada, mas por algum motivo desconhecido não se transforma. A esperança dos fireflies é criar uma vacina a partir do sangue de Ellie. Com isso os dois viajam juntos com a responsabilidade de salvar a humanidade. No início da viagem, Joel trata Ellie como um peso. Para ele, ela só era uma carga incômoda. E para ela, Joel era só um cara mandão que tratava ela mal. Com o passar do tempo a relação dos dois vai mudando e no final do jogo eles são, um para o outro, a coisa mais importante do mundo. É nesse desenvolvimento que eu acho que se encontra a maestria desse jogo. Ela foi feita de forma genial. Acreditamos na amizade dos dois. Acreditamos na relação que se desenvolve a partir das situações em que eles são jogados. The Last of Us aprendeu muito com o cinema. Em determinados momentos sentimos que estamos em um filme. Só que um filme que podemos controlar o que acontece. Temos vários diálogos incríveis, uma fotografia linda, ângulos de “filmagem” muito bem pensados e um roteiro digno de óscar. Não vou contar mais caso algum teimoso que não jogou tenha chegado até aqui [FIM DOS SPOILERS]


É isso senhoras e senhores. The Last of Us é um jogo que eu acho incrível e certamente me marcou muito. Não poderia dar nenhuma outra nota que não 10 crianças para essa obra prima do mundo dos games. Obrigado e até a próxima!