sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Procópio, O Cervejeiro - Episódio 1 - Eisenbahn Pale Ale

   Arte: Leonardo Carvalho


Hello my baby,  hello my honey


Eeeeeeé isso ai macacada, série nova por aqui.

Com muita alegria no coração e copos cheios, apresento-lhes a nova epopeia escrita desse blog: a série Procópio, O Cervejeiro!!


No que consiste essa belezura: Bem, pra quem me conhece de perto sabe que eu tenho um verdadeiro apreço, ou melhor dizendo, Tesão por degustar cerveja. É um hobby recente, coisa de dois anos no máximo, mas já toma de conta o meu coração e me faz gastar rios e rios de dinheiro degustando brejas de todas as partes do mundo, da mais remota até a da esquina.

E sim, eu catalogo elas. Mas não de qualquer forma. Eu provo, escrevo a data, fala da cor, da textura, da espuma, do sabor... e claro, dou notas. Que vão de 0 á 10.


Por falta de brilhantismo, eu nunca tinha pensado em compartilhar com vocês, nobres bebuns, esse meu passatempo de cavalheiro. Até que meu grande amigo Matheus Costa elucidou-me com tais luzes filosóficas:

" - Carai, que doido. Isso aí dá um blog"

E assim nasceu a porra toda.


O que eu vou trazer de diferente: trarei de novo histórias sobre as cervejarias e curiosidades, além do meu catálogo já cativo. Tudo isso para informar vocês, meus queridos companheiros de copo.


Hoje, provaremos a Eisenbahn Pale Ale (Mentira, eu já provei), mas antes, um pouquinho de história: 


                          Lei de Pureza da Cerveja
                                     
                               (Ou Reinheitsgebot para os alemães)



Você já deve ter ouvido por aí muita gente reclamando das Pilsens brasileiras. Falando pra cima e pra baixo que as cervejas brazucas são aguadas, não sei o que lá mais e, principalmente com gosto de milho.

Bem, isso tem uma explicação: As grandes cervejarias de American Larger, tipo mais consumido no Brasil (Segura a periquita, vamos entender melhor sobre esses um milhão de tipos com o decorrer da série) utilizam de alguns elementos para produzir suas brejas. Entre os acidulantes e conservantes, os 4 principais são : Àgua, Malte, Lúpulo e Cereais não maltados.

Os cereais não maltados mais usados nas produções são o milho (na grande maioria das cervejas comuns, tipo Skol, Antártica, Itaipava e etc...) e o arroz (Budweiser). E essas cervejarias vão na contra mão da lei de pureza alemã.

Ok, Procópio. E que porra é essa lei de pureza?

Criada no iníco do Século XVI, mais precisamente em 1516, o Duque Guilherme IV da Baviera (Baviera, Bavária...tá ligando os pontos?) estipulou uma lei para tentar controlar um pouco o comércio e a fabricação de cervejas. Esse processo é algo antigo demais, a fabricação de cerveja é algo que remonta ao Egito Antigo, mas a grande popularização se deu por meio dos mosteiros que existiam (e muitos ainda existem) Europa á fora. Graças á esses monges maneiros que passavam suas vidas rezando e fazendo cerveja, a bebida se tornou a segunda mais bebida no mundo.

Ok, voltando ao século XVI.

Os alemães, não muito contentes, com a larga e desenfreada produção de cerveja por aí, resolveram  taxar a bebida e estipular padrões, para poder ganhar um por fora. Nasceu aí, a dita lei. Que estipulava que pra algo ser cerveja, ela precisa ser composta somente e tão somente de : Água, Malte (que pode ser cevada ou trigo) e Lúpulo.
E claro que isso é apenas um padrão, que acabou por se disseminar e expandir pro mundo inteiro, mas isso não necessariamente é a definição concreta e inexorável de cerveja.

Maaaaaaas, essa discussão é para outro post. Só pra dar um gostinho e apontar o teor dessa maravilhosa série.

Vamos voltar ao divertido mundo da degustação:


Eisenbahn Pale Ale, a degustada da noite!


Antes da descrição em si, falar um pouco da fábrica. Prometo ser breve, zenti.

Por mais que o nome indique, a Eisenbahn não é velha pra cacete e muito menos é Alemã. Ela é de Santa Catarina, e foi criada em 2002. Pasme.
Essa é uma cervejaria que se alinha á anteriormente citada lei da pureza alemã, seus aditivos flavorizantes não interferem diretamente na cerne da cerveja. 
A cervejaria foi comprada em 2008 pela Schincariol, mas não mudou o jeito de ser da breja. A compra foi feita muito para facilitar a alcance da cerveja a nível nacional.

As Pale Ale são cervejas mais fortes e de cores mais escuras, geralmente. As mais famosas, as Indian Pale Ale foram feitas originalmente para suportarem as viagens para a India, onde as cervejas tinha quer ser mais fortes e alcoólicas para suportar a viagem. No caso dessa Eisenbahn, podemos chamar de Brazilian Pale Ale.. auhsaushaushasa


Vamos ao que interessa , agora!


Nome: Eisenbahn Pale Ale
Data de prova: 01/12/13
Graduação Alcóolica: 4,8% Vol
355 ml

Nota e descrição:

Cerveja de trigo leve. Não acentua o gosto desse cereal como outras do mesmo gênero. Deixa um leve amargo no final do gole. Tomaria mais se não fosse o preço, mas só uma ou duas. (O nome disso é drinkabillity, ou bebabilidade, no meu bom português. Só soube da existência disso anos depois. aushaushaus) Tende a ser enjoativo caso beba em demasia.
Produzida no Brasil, mas seguindo estilo belga (Explicarei melhor num post futuro)

Nota: 7,5

Pois bem, sirs. Espero que tenha se empapuçado com todo esse conhecimento cervejístico. Nos vemos semana que vem, pode ser?

Não esqueça de dizer o que achou ali embaixo, nos comentários!