Estão prontos para mais essa crítica sem nenhum fundamento? Então, simboor... Pera, faltam duas coisas pra podermos falar da nova epopeia cinematográfica do Sr. Tarantino:
1º - O Cartaz
2º - A música de abertura
Agora sim podemos conversar. E , de preferência, deixe a música acima em looping.
A nova empreitada cinematográfica do Sr.
Com Djano não foi diferente, abusando da sua experiência e liberdade poética pra botar o chavão que ele bem queria no momento que ele bem entendesse, Mr Tarantino conseguiu criar mais uma bela obra para sua coleção de sucessos e mais um filme para que as noivas dele espalhadas pelo mundo possam chorar, esperniar e gritar em uníssono : "Gêeenio".
Vamos a uma breve sinopse:
Django (Jamie Foxx) é um escravo que se encontra abruptamente liberto pelo Dr. King Schultz (Christoph Waltz). O Doutor em questão, não exerce sua profissão há um considerado tempo, palavras do próprio. O Doutor, além de dentista, é um caçador de recompensas ( legitimado pelo estado), que por mais que não concorde com a escravidão, libertou nosso querido Django apenas pra utilizar de sua memória, pois o doutor estava atrás de 3 irmãos, os irmãos Brittle, que são procurados do governo por cometerem uma séeeerie de delitos e crimes contra o estado. A aventura se segue após a promessa do Dr. Schultz de alforriar nosso querido Django após a conquista dos 3 corpos dos irmãos acima citados.
E eu não ouso falar mais que isso. Na minha Urmide (sic) opinião, é spoiler. E só pra te deixar curioso, ainda aparecerão na trama nossos já queridos e consagrados Leonardo Dicaprio, Samuel L.Jackson e ele mesmo, o senhor Quentin Tarantino.
Seguindo em frente, temos que falar sobre alguns aspectos do filme. Sobre estética, atuações, citações e etc.
Pode ficar sussa, não haverão spoilers.
Primeiro ponto pra você caro leitor, que não assistiu o filme: A seção começa as 3 da tarde e você tem que pegar seus bacurís na escolinha as 5:30? Esquece. Vai ver outro filme, vai em outra seção porque a parada é extensa, são quase 3 horas de filme. Pra ser mais exato, são 2:45, mas os outros 15 minutos serão essenciais para você limpar sua barba de sangue e parar de andar tronxo depois de tamanho tempo exposto a tamanha violência, afinal de contas, estamos falando de Tarantino.
Como eu já disse, o filme é longo, e em determinada hora ele me cansou. Fiquei olhando celular , contando o tempo, porque a película meio que ficou estatizada para mim, coisa que durou algo próximo de 20 minutos, aonde se inicia, pra mim, o terceiro grande ato do filme, uma escalada para o Gran Finale.
Sabemos que o sarcasmo e o escárnio são marcas do diretor, e ele usa isso sabiamente nesse filme. No início, a primeira cena aonde nosso querido Django pôde escolher suas roupas arrancou risadas por um bom tempo no cinema, sem contar naquele grande alívio cômico dos cavaleiros mascaradas no retorno da fazendo do "Big Daddy". Ah, antes de mais nada, é preciso contar uma das poucas coisas que me deixou irritado no filme, coisa que obviamente foi ideia do diretor: O Sotaque de "nigga" do Django já estava me tirando da magia do filme. Sei que o Tarantino adora fazer isso, usar referência, metalinguagens, usar uma estética quase que ultrapassada , mas que no final consegue se prender a trama e não deixar o filme pastelão. Vimos isso em kill bill ( O filme quase todo é uma referência/homenagem a cultura pop japonesa) e no Django livre também, e isso fica claro naquele grande letreiro passando no meio da tela no meio do filme " E o Dr. Schultz e Django finalmente voltam ao... MISSISSIPPI".
Outro fato que me despertou o encanto foi a entrada da Broomhilda (Kerry Washington) na história. Não digo por ela ser a "princesa" do cavaleiro, do personagem principal (porque na lenda ela foi), mas sim pela conexão dela já com o Schultz, que é alemão, que deduziu a história pregressa dela apenas pelo fato de saber o nome dela. A primeira vista isso me pareceu bobo, apenas um detalhe para encaixar a história. Se foi ou não, jamais saberemos, mas que com o tempo, isso foi me conquistando, mostrando que o roteiro complexo namorou com uma simplicidade quase infantil, resolvendo de forma rápida , sútil , inusitada e diferente um quebra cabeças crucial.
E por falar no Schultz, que atuação do Sr. Waltz ein? Um assassino sarcástico de bom coração. Quando o filme começa, você acha que ele que vai mandar em tudo até o final, e sabe o que acontece? VÁ VER O FILME!
E falando dos atores, o que dizer do Dicaprio e do L. Jackson? Dicaprio conseguiu encarnar um playboyzinho do século XIX de forma sensacional, quase fazendo o espectador se entregar a sua causa. (Na hora de ver o filme, repare na cena que ele corta a mão). E o Sr. Jackson? Fez o melhor negro racista desde o nosso querido Mussum da Mangueris, você toma ódio dele, e fica muito feliz com o desfecho do personagem dele.
Confesso que essa é minha primeira crítica/análise de cinema (Quem tá me chamando de idiota por ter lido tudo isso aqui tem certeza disso desde a primeira linha). E sinceramente, vi dificuldade em saber até onde do filme contar. Porém, a experiência de ver Django livre me fez pensar no Modus Operantis de Quentin Tarantino. Ao sair do cinema, disse que ele consegue permear o cinema trash e trazer dessa linha tênue só o que é bom: os closes, os letreiros, a estética... Isso tudo deve se dever a quantidade de filmes que ele viu e analisou, ao invés de ir para uma faculdade qualquer de cinema. Tarantino cada vez mais fixa seu nome entre os grandes diretores do cinema, e isso o deixa brincar com quase tudo que lhe der na telha (obrigado pela inspiração, Heitor!) Enfim, deixa eu terminar por aqui enquanto esse longo texto ainda está aceitável.
Ah, assista até depois dos créditos! (hehe)
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